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Como se não bastasse a já complicada busca por um parceiro, as mulheres ainda têm de lidar com a busca do orgasmo, que nem sempre acontece de forma espontânea numa relação sexual. Não são poucas as mulheres que passam vários anos de suas vidas (e por que não a vida toda) sem saber o que é "chegar lá".
Se considerarmos o histórico de repressão que a sociedade impôs à figura feminina, fica mais compreensível a dificuldade do orgasmo feminino em evoluir de tabu para realização das mulheres.
Em muitas famílias e culturas, as mulheres aprendem a ser passivas quando não a encarar o sexo como pecado devido à formação religiosa. Muitas crescem ouvindo contos que idealizam príncipes encantados, aprendem que a masturbação é um ato condenável e que as mulheres que atingem o orgasmo são "fogosas" demais, ideal diferente da aura de pureza esperada das "moças de família".
Diz a lenda que Lilith, a primeira mulher de Adão, foi expulsa do paraíso porque não aceitava ser passiva durante as relações sexuais. A perseguição cristã ao gozo feminino não parou por aí: na época da inquisição as mulheres que sentiam o orgasmo eram tidas como bruxas e acabavam condenadas às fogueiras.
Além de toda essa bagagem repressora, ainda há mulheres que partem para o casamento idealizando a figura paterna, projetando nos companheiros o modelo nem sempre encontrado de pai.
Junte isso tudo ao sobe e desce dos hormônios, depressão, estresse, fobias, ansiedade e um dia-a-dia com jornada tripla (casa, trabalho e filhos) e à intensa cobrança de um corpo perfeito, sucesso no trabalho... Enfim, uma panela de pressão que não cede nunca. Tadinho do orgasmo! Às vezes falta espaço para ele no meio desse turbilhão.
Se você está disposta a reaver ou experimentar pela primeira vez o famigerado torpor de prazer, volte suas atenções a si mesma e tente descobrir suas necessidade e os motivos que a fizeram não atingir a satisfação sexual. Segundo especialistas, só o autoconhecimento pode reverter a anorgasmia (falta de orgasmo).
"A mulher tem medo de se mostrar independente, cheia de querer, experimentar coisas novas, de ter prazer, pois assim ela deixa de ser 'do bem' e passa a ser 'do mal'. Não quer ser a garota má? O que você ganha sendo boazinha?", provoca a sexóloga e professora da Faculdade de Medicina do ABC, Amazonita Alfaia Esashika.
Veja o que dizem especialistas e confira depoimentos de mulheres que conseguiram ou que ainda sonham com o orgasmo.